sábado, 31 de agosto de 2013

O AGRADECIMENTO POLÍTICO



Apesar de todas as contradições políticas que se seguiram ao 25 de Abril de 74, muito se construiu e conquistou, mas, muito ficou por construir e conquistar. Ainda assim, há cidadãos que sonham com salazar e votam PSD/CDS, e se hoje usufruem de reforma, não agradeçam a estes dois partidos. Se as suas reformas e outros direitos consagrados na constituição da republica (que PSD/CDS espezinham) estão hoje a ser severamente cortados, então agradeçam ao PSD/CDS...

A muitos jovens que se alheam dos seus deveres políticos de cidadania e outros que apoiam o PSD/CDS e conseguiram completar um curso superior, agradeçam agora ao PSD/CDS, que tudo faz para destruir e condicionar o acesso ao ensino superior das gerações futuras... 

A muitos funcionários públicos que apoiaram e apoiam este governo, agradeçam-lhes os cortes nos seus salários, pensões e aumento do horário de trabalho não remunerado... 

A muitos micro, pequenos e médios empresários que apoiaram e apoiam este governo, agradeçam-lhe os milhares de falências e dificuldades sentidas para conseguirem sobreviver...

Aos milhares de desempregados que apoiaram e apoiam este governo PSD/CDS e PS agradeçam-lhe a vossa situação de vida precária com futuro hipotecado...

A todos os portugueses e portuguesas que apoiaram e apoiam este governo PSD/CDS e beneficiam do já depauperado Serviço Nacional de Saúde e da comparticipação medicamentosa, agradeçam-lhe os cortes nesses serviços e direitos...

A todos os portugueses e portuguesas que apoiaram e apoiam este governo PSD/CDS, e agora pagam a preço de ouro a electricidade, gás, combustíveis, produtos de primeira necessidade, (alimentação) etc... agradeçam ao PSD/CDS e também ao PS.

Se apoiar e dar o poder a partidos e políticos, é agradecer a quem rouba descaradamente, que enriquece e deixa enriquecer (alguns) à custa de quem trabalha e paga impostos, que corrompe e deixa corromper, e despreza sem pudor, sujeitando à miséria milhões de seres humanos, então fico confuso e já não sei o significado da palavra AGRADECER!!!

Luis Cardeira

domingo, 25 de agosto de 2013

OS FOGOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS.

Num estado dominado por máfias gananciosas, tudo vale em prol do lucro, não se olha a meios para o atingir na sua máxima expressão.
Os fogos florestais que todos os anos assolam o nosso País serão um bom exemplo disso!
Há décadas que andamos nisto, são bombeiros a morrer, equipamento destruído, viaturas queimados, bens de pessoas pobres devastados, (incluindo habitações) gente queimada e traumatizada por esta calamidade, alteração climática, e tudo continua como antes. Por outro lado assistimos a investimentos altamente vultuosos em meios de combate aos fogos, sem que se invista ou se tomem medidas de prevenção, sobretudo ao nível das florestas. Fala-se vagamente na limpeza das mesmas, por parte dos respectivos proprietários, logo seguido de aplicação de coimas para quem assim não proceder.  Até parece que a coima é a solução para todos os problemas, quando a prática demonstra que assim não é!!!  A inexistência de medidas apropriadas à prevenção dos fogos, indica haver outros valores que se sobrepõem: reequipamento dos bombeiros, mais meios de combate, madeiras altamente desvalorizadas, mais lucro para alguns. Vidas perdidas e milhões de prejuízo para o estado (contribuintes) parece que não contam!
Neste, como nos restantes sectores da vida nacional, tudo continua em degradação e extinção acelerada, resultado, não de políticas incompetentes ou mal pensadas, mas de políticas conscientes e deliberadas no sentido do lucro de uns poucos e miséria de muitos. Alguém com duvidas, basta olhar a realidade com olhos de ver, a banca e meia dúzia de grandes empresas nacionais com enormes lucros, as micro, pequenas e médias empresas encerram ou vivem com enormes dificuldades. 

Há que mudar de paradigma e de protagonistas políticos, sob pena de caminhar-mos para uma situação de vida pessoal e colectiva terceiro-mundista!!!

Luis Cardeira

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A CONSCIÊNCIA POLÍTICA, OS PRECONCEITOS IDEOLÓGICOS, OU OS INTERESSES?

Muitos são os casos nas redes sociais em que uma publicação aborda determinado tema, cuja discussão, muitas vezes descamba para a política sem que seja esse o objectivo.

Nessas discussões surgem comentários vindos das supostas esquerdas, direitas e dos chamados abstencionistas ou desencantados da política. 

O mais curioso de tudo são os comentários que, duma ou doutra forma defendem ou tentam branquear o actual estado de coisas da política portuguesa. E, claro, defendem com argumentos inventados ou copiados doutros mentores!
Imagine-se o pós 25 de Abril de 74 e o golpe do 25 de Novembro que pôs fim ao período revolucionário. Num período revolucionário supõem-se que existe democracia, onde o povo é quem mais ordena. Um período em que os próprios anti-revolucionários gozam de liberdade para atacar o poder do povo. Um período onde quem não sente gozar das suas das liberdades fundamentais, é porque está comprometido com um passado tenebroso ou com intenções anti-democráticas. Um período onde a estabilidade política é escassa por natureza, exactamente porque se encontra num momento de grande transformação da sociedade.

Nessas discussões torna-se claro que certa esquerda argumenta com a realidade vivida, (não há melhor argumento) justificando assim uma mudança de regime e de protagonistas políticos. Os outros inventam ou reproduzem umas dissertações do género, "o socialismo/comunismo não tem futuro nem aplicação prática" "os que comungam desta ideologia política, absorvem-na como uma religião"... como se estes "comentadores" tivessem algum conhecimento histórico sobre o tema!? Dissertam ainda que a democracia em Portugal começou com o 25 de Novembro, "que estamos mal mas se não fossem os acontecimentos desta data estaríamos pior" etc, etc... A democracia começou sim, a degradar-se a partir desta data, ao ponto de lhes serem atribuídos alguns adjectivos, tais como, partidocracia, ditadura democrática, espécie de democracia e outros. Efectivamente o voto popular, dum ponto de vista, deixa de ter validade a partir do momento em que é expresso com base em promessas, que são ignoradas a partir do momento que as forças vencedoras sobem ao poder. Assim, nos vamos alimentando duma "comida" política muito azeda e rejeitando outra "gastronomia" que pode ser muito saudável...!!! Até na alta esfera da política se comenta que, "só os burros não mudam..." mas, alguns burros, uma vezes mudam outras nem tanto, é consoante as conveniências pessoais...!!!

Quem quiser conhecer historicamente sobre socialismo, terá que pesquisar, estudar e analisar sem preconceitos, tudo o que de bom ou mau foi implantado nesses regimes. Pelo que conhecemos, ainda não foi inventado nem provado, nenhum regime que melhor sirva quem trabalha e que melhor combata os cancros da sociedade: tais como, interesses pessoais e corrupção. Na sociedade em que vivemos, nem vale a pena falar, os dados estão à vista de todos, só os não vê quem for ideológica e religiosamente cego, excepto aqueles ideologicamente conscientes, mas que têm algo importante a defender...!!!

Luis Cardeira

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O FENÓMENO PSEUDO-INDEPENDENTE, SEUS OBJECTIVOS E COMPORTAMENTO...



Efectivamente as redes sociais proporcionam informação e discussões publicas a partir do aconchego do lar, que de outra forma seria difícil, se não impossível.

Vem isto a propósito duma publicação bastante pertinente no grupo Marinha Grande sobre o financiamento das campanhas eleitorais dos ditos independentes.

Alguém ficou deveras incomodado/a pela questão, reagindo duma forma muito deselegante, antipática e arrogante, denotando falta de democraticidade e transparência. 
A questão em causa é legitima, porque interfere com a vida publica, e um candidato à gestão do dinheiro publico devia saber isso muito bem. O incómodo foi tal que até a palavra cusquice foi utilizada duma forma quase permanente, e quando esta palavra é utilizada num contexto destes, ficamos sem saber o que realmente significa noutro contexto.
Estas atitudes dão que pensar àqueles que, desencantados com a política partidária tradicional,  esperariam talvez dar outro sentido ao seu voto em relação ao que é habitual. Mas não, parece que, tomando este como um péssimo exemplo de quem tem pretensões a gerir a coisa publica, diríamos que os ditos independentes estão a contribuir, à imagem de alguns partidos, em muito para a continuação da descredibilização da política portuguesa.   

Quem vai acompanhando atentamente e despreconceituadamente o desenrolar da política local, vai dando nota de algumas diferenças para pior. Num momento tão difícil e dramático como o que a maioria dos portugueses está a passar, e ver já plantados por esta cidade uma grande quantidade de painéis publicitários, podemos continuar a dizer que realmente vivemos num País de gente rica!!! Poderão dizer que é tudo a custo zero, mas dizê-lo a uma criança de um ano...!!! Tudo custa dinheiro e nesta sociedade estamos habituados a que ninguém dá nada a ninguém se não tiver em troca a multiplicidade do que deu. 
Segundo a lei, as campanhas são financiadas pelo estado, assim sendo não é difícil perceber o investimento.
Será que pessoas com responsabilidades empresariais tenham algum sentido de nobreza publica, quando os seus princípios e objectivos primordiais como empresários são o seu próprio lucro??? Será que em caso de eleição de algum destes candidatos à presidência da câmara, a sua prática política iria no sentido de proporcionar um melhor nível de vida e bem estar aos marinhenses???  É suposto que o principio nobre da política é gerir a coisa publica em prol das populações, tendo-se verificado o inverso, salvo algumas excepções! Passado o acto eleitoral, a primeira medida com que somos presenteados, são aumentos brutais na água, saneamento, resíduos sólidos, entre muitas outras. 
Tudo isto faz lembrar o malogrado candidato à presidência da republica, Fernando Nobre. Aproveitou uma pretensa boa imagem e desencanto político/partidário do grande publico, criou divisão na chamada esquerda portuguesa, e não ganhou. Segundo informações, antes já tinha apoiado outras forças partidárias, tendo optado por uma outra após a eleição presidencial, com o intuito premeditado de  recompensa com a Presidência da Assembleia da Republica. Acusar do mesmo oportunismo político ( o mais ignóbil alguma vez visto) os grupos de independentes cá do burgo, seria um exagero, mas, é questionável.

Para terminar, só mais isto: "p'ra melhor está bem, está bem, p'ra pior já basta assim...!" 

Luis Cardeira